viernes, 1 de mayo de 2009

O dia D-Ela



Ela dormiu tarde e acordou cedo

Voltou a dormi e perdeu o horário

Entrou no ônibus errado

Desceu correndo, correndo, correndo...

Não parava de correr...

Foi quando avistou o coletivo que iria para o destino que desejava

Pegou o ônibus que quebrou no meio do caminho.

Sentiu vontade de chorar mais sorriu.

Sentiu vontade de voltar mais seguiu.

Seu corpo se movimentava na ansiedade de encontrar, aquilo que não se vê.

Desejou não ser humana, queria poder voar.

Parou, esperando alguma chuva de idéias.

Decidiu fingir que não estava atrasada

Naquele dia decidiu escrever sua própria história.

Ela parou na bagunça de seus pensamentos

E encontrou um velho bilhete perdido

Que continha lembranças do passado

As recordações giraram como nuns toca-discos antigo

Reproduzindo instantes inacabados

Sentindo sua presença nos sonhos

E sua ausência na realidade

Colocou um sorriso triste no rosto

E já caminhava sem direção

Ela precisava de uma boa dose de carinho

Ao virar a esquina se esbarrou em um sorriso

Que tratou de alegrar o seu

O mundo de enorme ficou pequeno.

No espaço entre eles, existia um abraço que caberiam:

Estrelas e Galáxias

O Céu e a Terra

Seu pé na posição de avanço recuou.

Ela tomou o ônibus

Que passou no momento contido entre a boca e o beijo.

Sentiu vontade de chorar mais sorriu.

Sentiu vontade de voltar mais seguiu.


Texto: Mila SJ

Ilustração: Fabiano Bomfim



jueves, 2 de abril de 2009

Flor que se cheire





_Camomila você já observou o comportamento da flor Hibisco?!
_Já sim Alfazema, sua floração estende-se por todo o ano, exalando forte aroma nas noites de calor.

_É de fácil cultivo também. Não é flor que se cheire, ela seduz. Porém devo confessar que é bem definida., possui diversas formas, tamanhos e cores.. Eu não saberia me definir tanto quanto... – Disse Alfazema
_Deixa de bobagem menina, você tem a sua característica, é a calma. - Disse Camomila
_E você Camomila, como se definiria?
_Como uma flor que se cheire.


Texto : Mila SJ

martes, 24 de febrero de 2009

Flor, Rosa ou Jasmim.




Era só um alguém a me observar, o que me incomodava muito.Meus horários eram sempre imprevisíveis, mas para esse observador era bem previsível, ele estava sempre lá cuidando do seu jardim, um lindo jardim.

Penso eu que esse moço era encantado com aquele jardim, conhecia cada tipo de flor que ali se encontrava, as tratavam com um sorriso no olhar. Quando eu por ali passava, apressava meus passos, mas sempre acompanhando o seu olhar que sorria pra mim, um sorriso tão lindo quanto às flores que se encontrava em seu jardim.

Foram tantas manhãs e tardes me observando que eu já me sentia uma rosa sendo regada todos os dias por aquele olhar que ultrapassava a pele, e que já me fazia andar lentamente, desabrochando-me aos poucos, foi então que permiti que nossos olhos realmente se encontrassem e dialogassem em um profundo silêncio que caiu por toda a parte até onde os ouvidos podiam alcançar, neste momento o tempo se tornou um oceano sem fim...Voltei a mim quando percebi que tinha tropeçado em algo que me levou ao chão, ele correu rápido em minha direção levantando-me e ao mesmo instante perguntando:

_Como a senhorita se chama?

Respondi a ele:

_ Às vezes só Flor, Rosa ou Jasmim.


Texto: Mila SJ

Ilustração: Irisz Agocs

jueves, 5 de febrero de 2009

R ...



Não esperava e nem poderia imaginar o que viria após aquela troca de olhares... Ela partiu pra longe e eu até então a guardo na memória, a mantenho viva nas lembranças do nosso passado.
Percebo os dias me trazendo a lembrança do nosso primeiro encontro e da sua insuportável partida.

Preencho em um espaço momentos que não foram nossos, mas agora, aos poucos, a perco...
É impossível não querê-la, o vermelho me lembra o seu nome, se chamava R...

Percebo que os dias não a trás mais. Traço um caminho para reencontrá-la, porém quanto mais a desenho, mais ela foge da realidade.

Talvez falte em mim um pedaço que foi levado, guardado com ela.
E eu não a alcanço mais...

Texto : Mila SJ

jueves, 29 de enero de 2009

Sintoma





Criam eles histórias mirabolantes que fascinam crianças de todas as idades...


Na varanda de sua casa o pequeno Pedro espera a chegada de Bianca para juntos, mais uma vez, darem assas a imaginação. Mas hoje será um dia diferente, ele pretende levá-la para se perder nos milhares de livros que existe na imensidão do seu ser. A cada página escrita fez-se um gesto de carinho e caminhos para seguirem de mãos dadas na experiência não vivida. É fascinante a quantidade de capítulos que percorrem a sua mente...

A demora de Bianca já o deixa preocupado, e ela não irá aparecer, pois nesse momento se perdeu do mundo e se encontrou em um outro grande mundo chamado livro.

A mãe da pequena Bianca comunica a mãe do Pedro que não irá levar a sua pequenina, porque esta se encontra um pouco ocupada, apaixonada por um novo amigo.

No instante que estas palavras chegaram aos ouvidos de Pedro, sentiu ele, em seu peito, aquilo que chamamos de dor e não conseguiu guardar no olhar.


Texto: Mila SJ

Ilustração de http://pigdesign.spaces.live.com/

miércoles, 28 de enero de 2009

Depois eu te "Conto"






"Tenho paixão pelas letras, exceto quando representam múltipla escolha. Talvez seja porque quero tudo. Ou quase tudo. Respiro o que me inspira. Inalo os dias com o desejo dos próximos. Rejeito o que tem efeito de sapato apertado. Oprime. Comprime. E imprime calos. Às vezes calo. Às vezes falo. Outras vezes deixo virar texto. Busco contextos. Há de existir a ligação. Canto. É a palavra melodiosa. Tenho um canto. Busco encanto.Por enquanto"...em CONTOS.